Receitas Vegetarianas e Veganas
Bons argumentos para ser vegetariano
Por Marly WincklerO vegetarianismo faz bem para a saúde das pessoas, dos animais e do planeta. Do ponto de vista da saúde a dieta vegetariana se destaca como extremamente benéfica. O grande segredo de uma dieta balanceada é variedade e quantidade calórica suficiente – o resto é adequação às características de cada indivíduo, que sempre devem ser levadas em conta, pois como em tudo, somos únicos também quanto ao regime alimentar melhor e mais adequado – uns se dão bem com pimentão, outros não digerem bem a melancia e assim por diante. Por que não respeitar os sinais do organismo se a Mãe Terra é tão pródiga, oferecendo-nos uma gama imensa de verduras, cereais, frutas, legumes, ervas etc. A dieta vegetariana reduz o risco de doenças crônicas e degenerativas, como cardiopatias, hipertensão, diabetes, osteoporose, cânceres etc. Não por acaso, são estas as principais doenças que levam ao óbito nas sociedades ocidentais.
Do ponto de vista econômico não tem sentido processar grãos e cereais pelos animais para obter, no caso de bovinos, um quilograma de carne para cada sete quilogramas de grãos consumidos, ou, no caso de suínos, um quilograma a cada 3,5 quilogramas. Para obter-se um quilograma de carne de frango, são necessários 1,3 quilogramas de ração. 40 pessoas podem ser alimentadas se comerem verduras plantadas no mesmo pedaço de terra que seria utilizado para criar gado. Claro que o problema da fome não é só falta de alimentos, hoje em dia é um problema basicamente de distribuição, mas num mundo futuro de 12 a 15 bilhões de habitantes – com os recursos do planeta depredados, a continuar o ritmo atual de agressão ao meio ambiente, esta questão se imporá como gravíssima.
A dieta centrada na carne – ou dieta americana padrão – cujo acrônimo em inglês é SAD (de Standard American Diet), é realmente triste, sendo responsável por um enorme desperdício de recursos naturais, como água, energia, terra fértil, bem como pela contaminação das águas e do solo, a derrubada das florestas – num primeiro momento para criar gado para suprir a demanda por mais carne e, num segundo momento, para cultivar soja para alimentar animais criados em regime de confinamento. O impacto ambiental gerado não tem precedentes na história da humanidade. Os dejetos produzidos por esta quantidade enorme de animais criados confinados estão provocando graves problemas. A cada kg de porco são gerados cerca de 9 kg de dejetos (um misto de urina, fezes e água) – que não podem ser absorvidos pelo ambiente. Quem é responsável por isso? Será que o consumidor não deveria levar junto para casa um baldinho de dejetos quando compra carne no açougue?
O sofrimento dos animais criados nestas condições de confinamento e num sistema em que o que conta é a produtividade é indizível. Vale tudo para aumentar um pouquinho mais a produtividade, não importando bolhufas que está ali um ser que sente dor e terror, que tem um sistema nervoso tão desenvolvido quanto o nosso, que tem apego à sua prole e adoraria viver em família como todos nós seres humanos também gostamos. Não. Aos animais não é dado esse direito elementar. São separados da família assim que nascem – aliás os pais também nem vivem mais juntos, pois a inseminação é feita artificialmente. São criados em condições abomináveis – totalmente artificiais, gerando muito estresse e doenças, combatidos com medidas ainda mais execráveis – como o corte do bico, do rabo, dos dentes, da genitália, dos nenês-bichos para minimizar um pouco o pandemônio que se instala nos galinheiros, chiqueiros e estrebarias onde são criados em vista da condição miserável a que são submetidos.
Só saem dessa situação para o abate, que, embora responsável por cenas hediondas, difíceis de descrever, e escondidas a sete chaves pelos capitães desta indústria, talvez seja a redenção para estes pobres seres que se libertam daquela situação penosa. Ali serão abatidos e depenados, esfolados, escaldados no mais das vezes com plena consciência.
Fonte: Revista dos Vegetarianos
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